Há alguns dias, introduzimos brevemente o assunto da web 3.0 como já em pleno vapor, ao mesmo tempo em que estamos na fase do entendimento sobre os estranhos desígnios que movem a web 2.0 no cotidiano de nosso trabalho. Isso acontece porque há uma grande dicotomia entre o "timing tecnológico" e a real necessidade sentida pelos clientes de incorporar as novas ações de Comunicação e RP aos seus negócios em função destas transformações.
Mas que a web 3.0 está aí é inegável. Por detrás de cada nova geração de smartphones e das redes sociais, sistemas vêm-se aprimorando e mostrando seu valor, aprendendo, numa progressão mais que geométrica, a interagir entre si. A rede social facebook, por exemplo, permite integração com o Windows Live e todas as suas ferramentas, como MSN, além de outras plataformas de um jeito fantástico. Já conectei o last.fm, me juntei a três comunidades, e a cada dia consigo mais coisas por lá.
Paralelamente, no último upgrade que fiz do smartphone, há duas semanas, percebi que sequer precisei baixar qualquer programa ou mesmo a agenda telefônica. Mesmo os contatos que não tinha guardado no chip, foram automaticamente baixados do Plaxo, integrado ao Windows Live, ao Google e ao Linked In. E isso porque o Windows Mobile veio embarcado no celular, já com GPS e outros "balangandãs". Simples assim.
O blog Mosaico Social foi lançado com o fim de discutir tudo isso e a razão pela qual parte do meu tempo tem sido investida em estudos, leituras e a assistir a muitas aulas e vídeos sobre esta realidade. O filme a seguir é, entre todos, o mais completo e o que mais exprime, em minha opinião, a ligação entre a realidade virtual das redes e o nosso mundo concreto.
Como dizia, os estudos e o tempo para o blog eram para tomar parte do meu tempo. Na semana passada, percebi que o Twitter estava me viciando e o próprio espaço do blog serviu para o alerta. Achei autêntico mostrar isso aqui também, por ser aqui o espaço de discussão para isso. A tecnologia fácil vicia, nos deixa - pelo menos nós, jornalistas, ávidos pela notícia - realmente à mercê do acompanhamento online. O caso Kutcher x CNN foi como estar no Jockey Club, acompanhando cabeça a cabeça quem seria o "vencedor". E, no final, tudo pode ser uma bela jogada de marketing por causa de um artifício de programação (ninguém tira isso da minha cabeça - e por isso iniciarei a semana procurando por respostas junto a blogueiros mais antenados no assunto).
Já entendi que Twitter deve ser moderado para não me deixar levar por uma viagem sem volta e deixar minha saúde ou minha família em segundo plano e acredito que deva haver limite para blog e outras ferramentas também. É preciso ter humildade para entender que por mais velozes e "safos", os seres humanos têm limites e toda uma vida aqui antes destas tecnologias existirem. Que estas devam fazer parte da vida da gente, tudo bem, mas nunca o contrário. Caso contrário, o filme Epic, de um de meus próximos posts, vai se tornar realidade num piscar de olhos sem que sequer tenhamos tido tempo de nos apercebermos do fato.
Tudo isso porque a máquina não dorme, não come, não tem filhos, namorado, não vai ela ao cinema, não fica doente, não tem lombares...
2 comentários:
A internet não é uma rede de máquinas, é uma rede de pessoas. O problema não é a máquina que não dorme, mas a possibilidade de contato não imediato, que permite contato o tempo todo. E dormir parece até uma "desistência", uma fraqueza nesse mundo de possibilidades.
Sim, é necessário escolher. É necessário reduzir as opções que serão realizadas e percebidas. No mundo há muito mais do que somos capazes de apreender ou fazer.
Acho que o mosaico tem a boa perspectiva de tentar observar o que as pessoas estão apreendendo e fazendo. Daí, sim, não é necessário que o mosaiso faça o mesmo, mas é em algum nível até inevitável. O mosaico é feito de pessoas.
Paulo, obrigada pelo seu entendimento! A internet é uma rede de pessoas e, por isso mesmo, nossa intenção é provicar esta troca de diálogos - que, aliás, agradeço - vc o faz com bastante incidência - e que, o pessoal da minha geração se esquiva à beça de fazê-lo...
Mas eu queria complementar que acredito que este novo patamar da rede está tornando-a (por debaixo dos panos) uma rede em que as máquinas também estão cada vez mais trocando entre si e aprendendo entre si também. Ou seja, nesta versão de Internet, a rede também é das máquinas.
Elas estão assimilando nossos gostos, nossa forma de fazer as coisas - criando padrões em cima de nossos próprios padrões. Quando falo sobre a vantagem "competitiva" das máquinas sobre nós, humanos, como vc e eu, que não criamos os algoritmos capazes de conversarem entre si e se multiplicarem como nano-organismos(ih, e agora, com ou sem hifen?) em laboratórios cada vez mais inteligentes é que eles não precisam dormir para se multiplicarem nesta progressão além do geométrico. É este o ponto de discussão a que quero chegar - na verdade começar aqui.
Já estamos em um pé de desigualdade em relação às máquinas. A pressão no ambiente de trabalho indica isso. E também acredito que já nos tenhamos perdido em questões éticas sérias do nosso cotidiano simples - sob aspectos diversos que envolvem a educação de nossos filhos, a forma como lidamos com qualidade de vida familiar e de trabalho, o enclausuramento por conta da invasão de privacidade que a própria tecnologia está nos fazendo aumentar - ao nos vender agora máquinas embarcadas com filtros de família para evitar que nossas crianças entrem em sites perigosos para evitar acesso de pedófilos, isso só para citar um exemplo - são vários e em várias esferas...
Isso tudo está acontecendo hoje, bem debaixo de nossos narizes. Acho que isso vale uma discussão antropológica, mais do que dentro da esfera da comunicação. Está tudo muito além do que a minha obscura mentalidade permite decifrar... (rs!)
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