quinta-feira, 21 de maio de 2009

Redes sociais para celulares: uma aposta que deve ser das operadoras


O Mosaico Social esteve em mais um evento realizado pela Converge Comunicações. Desta vez, o assunto foi o 8º Tela Viva Móvel, encontro sobre conteúdos para celular e entretenimento móvel que reuniu operadoras e outros fornecedores e clientes de toda a América Latina durante ontem e hoje no Centro de Convenções Frei Caneca – São Paulo. Liliane Rodrigues esteve ontem por lá e foi conferir as novidades.

Na primeira delas, intitulada "A Era das Redes Sociais e os Serviços de Valor Adicionado", alguns consensos e polêmicas também: quando o assunto é modelos de negócio, por exemplo, fica claro que além da própria publicidade, novos modelos devem ser sustentados também pelas operadoras, já que elas são as principais responsáveis por integrar celular e internet. Segundo os debatedores Omarson Costa, diretor da Microsoft e Gustavo Alvim, gerente de conteúdo e aplicações da Oi, isso poderia ajudar muito pessoas que não têm condições de pagar por esses serviços. Os fabricantes também seriam envolvidos, mas de maneira mais amena.

Ambos concordam sobre a importância destas novas mídias para o ambiente móvel, uma vez que o Brasil já dispõe de 26 milhões de usuários, com crescimento cada vez maior e pessoas investindo cada vez mais tempo nestas redes. Entre os casos apresentados, Alvim, pela Oi, focou os que mais são abordados, como os que envolvem música interativa e independente, citando a conexão entre o portal para mobile, a rádio Oi Fm e os shows promovidos pela operadora.

Se para Omarson Costa, diretor da Microsoft, é preciso estabelecer uma conexão cada vez maior entre a TV, Internet e Celular, porque isso integra uma estratégia de marketing muito forte que está, inclusive fazendo o nome do Windows Mobile mudar para Windows Phone, o executivo, que também apresentou cases como o MTV Day, trabalho desenvolvido pela Microsoft, TIM, Samsung e MTV na Itália, envolvendo grupos musicais e a interatividade via celular, disse que, no Brasil, o case de sucesso mais recente é o Samsung Scrapy, direcionado ao público usuário do Messenger. E isso por uma causa muito simples. “ O Messenger representa a maior comunidade do mundo em número de usuários: 42 milhões”.

No debate, a hora da verdade

Passadas as apresentações, o painel pegou fogo quando começou o debate e o assunto levantado foi o de como levar as redes sociais ao usuários que não possuem recursos (créditos ou smartphones, por exemplo) e obter rentabilidade com isso. Fabrício Bloisi, presidente da Compera nTime, disse ter realizado estudos recentes no Japão para ter a dimensão do futuro deste tipo de serviço no mundo. Como lá, a maioria dos usuários possui contas pós-pagas e se conectam às redes sociais via celular, muitas vezes mais do que via internet comum, ele afirmou que, com esses dados e a situações do Brasil como País emergente mas ainda pobre, “é possível levar esses recursos às camadas mais populares. Para que isso ocorra, é preciso que os anunciantes analisem o perfil de cada pessoa para aplicar uma propaganda eficaz”.

Melissa Beltrão, da Yahoo Brasil, defendeu maior participação dos anunciantes para que a internet móvel possa atingir a todos e aproveitou para falar sobre o lançamento da nova página mobile, que permite ao usuário personalizar seu celular com todas as suas redes sociais prediletas, desde Flickr, Youtube, Facebook, Orkut até a integração de emails como Yahoo e Hotmail. Este projeto já existente nos Estados Unidos para celular e web, deve começar a funcionar no Brasil apenas para celular, para depois ir para a página da web. Para a executiva, o produto também é importante para chamar a atenção do usuário, tentando fazê-lo identificar-se com os serviços.

E quem paga a conta?

Uma das questões mais polêmicas deste painel foi a de como convencer a mídia a pagar o valor de propaganda: mobile marketing x mobile advertising. O diretor da Microsoft, Omarson Costa, afirmou que o cliente deve conhecer e entender o usuário, seja ele de SMS, web (browser) ou celular. “A internet possui a vantagem de ser aberta, uma experiência infindável ao navegante e isso lhe interessa muito, é um perfil bem menos complexo do que o usuário de SMS”, disse. Porém, o mesmo diretor acredita que o Twitter é uma rede de usuário de ciclo pequeno, diferente do que geralmente acontece em outras redes, como Messenger. "O ciclo de vida dentro de uma rede mobile, por ser curto, deve sempre ser modificado e melhorado em vários aspectos, como design."

A unanimidade foi alcançada quando se afirmou que toda a rede em mobile será baseada em advertising, porém, ficou claro que isso deve ser encarado como aposta. Por não ser algo que gere retorno rápido e muitas vezes nem gere retorno, é preciso ter uma receita saudável para iniciar um trabalho como esse. Para os debatedores, a América Latina é o servidor mais caro do planeta, ironicamente, uma vez que é onde se concentram os países pobres ou em desenvolvimento. Isso não só inibe usuários interessados em novas tecnologias como requer integradores fortes para investir em novos modelos para diminuir os gastos e atingir a massa. Reportagem e texto de Liliane Rodrigues

2 comentários:

MD disse...

Meu palpite é que as operadoras vão ter papel ZERO nessa tendência, além do básico que é prover a transmissão. Na verdade esse papel elas fazem mal e porcamente, comm um dos preços mais altos do mundo. Por exemplo, nos EUA e Canadá, várias operadoras nem cobram por SMS. Também, você sabia que o SMS é uma faixa sem custo, reservada para a identificaçào do aparelho, e que nemm deveria ser cobrada mesmo?

O legal da Internet é que ela é livre e espontânea. O crescimento dela vem dos usuários. Toda vez que uma operadora quer entrar no negócio faz burrada. Lembro-me de outro seminário desses onde um engravatado gringo da TIM prometia de pés juntos nunca enviar Spam de SMS. Eu recebo uns dois por semana da TIM. Nenhuma daquelas grandes promoções que eles prometiam para o SMS aconteceu.

Quem são as campeãs de reclamações no Procom? Como a operadora vai fazer marketing vom mídia social, se a primeira coisa a enfrentar será uma enxurrada de xingamentos?

Mais uma vez, as operadoras poderiam ter ficado quietas e começar a fazer seu papel de uma forma mais eficiente e barata, ao invés de se meterem a fazer o que não entendem e não podem.

Paulo Rená da Silva Santarém disse...

Sabe do que tenho medo? SPAM no celular.

Excelente texto.