As novidades que as mídias sociais trazem na esteira do que vem, como uma tsunami, varrendo com a velocidade de um twister, são arrebatadoras.
Amanhã, às 13h30, pouco mais de um mês depois do lançamento do blog e do microblog, o Mosaico Social vira Boletim na Rádio Mega Brasil Online. Apresentado todas as segundas-feiras, às 13h30, terá reprise às terças (18h30) e às quartas-feiras (21h30). O modelo adotado para a rádio é o das dicas, resgatando a idéia já usada em 2003, quando, ainda na web 1.0, a coluna Por dentro do primeiro website da marca que eu usava, a VLCE - Vany Laubé Comunicação Empresarial - buscava dar, também uma vez por semana, uma palha sobre Comunicação Empresarial. O que muda é o conteúdo e - obviamente - a velocidade do ambiente.
À medida que vamos estudando novas ferramentas e como implementá-las no mundo corporativo, idéias vão sendo compartilhadas com os colegas, para que eles possam também fazer uso o mais rapidamente possível delas. Trocando em miúdos, o boletim Mosaico Social será uma espécie de personal nerd, conforme uma definição criada pelo jornalista Ricardo Freire, do guia do Estado de S. Paulo, em seu artigo da última sexta-feira. Segundo sua definição, aquele cuja utilidade é ajudar as pessoas a entender o que é e como atuar na blogosfera, twitosfera e internetosfera.
Jornalismo - na lista do que já ficou para trás
Força dos tempos, só não gosto do termo porque o nerd denota certo ar pejorativo. "Anyway" (mantendo o cacoete de mais de 20 anos!), o que eu acho realmente ruim não é a mudança do status profissional, mas é o fato de o Jornalismo já começar a figurar de forma nua e crua entre "As Nove boas coisas que a internet arruinou para sempre".
O artigo foi escrito num blog americano em março, ainda. Eu só o descobri depois que o Edney Souza twitou-o no fim de semana. Nem esperava encontrar o meu querido Jornalismo por lá, mas não posso me negar a dizer que doeu. Por mais que esta tenha sido a razão pela qual o blog foi criado. Se eu já vinha concluindo que era hora de me atualizar, que a internet estava mesmo mudando o mercado, como acontenceu quando eu me formava e o computador começava a invador as Redações, concluia em entrelinhas de estudos, acompanhando o crescente arrefecimento do mercado, a questão do diploma no Brasil, as discussões em congressos e seminários envolvendo colegas de profissão etc., e em outras situações.
Voltando às nove mudanças "inexoráveis" (com as quais eu não concordo!), numa contagem regressiva o artigo inicia o nono lugar com cantor Rick Asley, passa pela carreira de Tom Cruise, deixa na saudade aquele gostinho de juntar a turma em casa para ver o programa perferido de Tevê - no caso do Brasil, eu diria que seria algo como ver o último capítulo da novela das oito - e, finalmente, coloca o Jornalismo como sendo o segundo item da lista, tendo perdido apenas para a privacidade (esta sim, inquestionável!).
Ternos e Tailleurs x roupas de baixo
Apenas para falar sobre o tema que interessa aqui ao blog, a autora Chenda Ngak descreve o cotidiano do "casal" de jornalistas mais famoso do mundo - Louis Lane e Clark Kent - caso trabalhassem para um blog. Cada um refastelado em seu sofá, trabalhando em suas "roupas de baixo", copiando e colando artigos, longe de todo aquele glamour e perigo envolvendo o jornalismo investigativo das revistas e jornais de antigamente. Pior, refere-se ao apoio editorial como quase nulo e desnecessário, uma vez que o que se faz é "roubar o conteúdo de um blogueiro melhor". "Quanto a fotógrafos, para quê, se qualquer garoto, munido de uma câmera digital e um Photoshop pode se vangloriar de ser um profissional?", escreve.
O veredicto da moça é cruel e apesar do espaço que dou a ele, não o apoio de jeito algum. Há joio e trigo em todas as profissões e sou da linha de que em épocas como agora, há um pouco de tudo até que o mercado encontre seu momento de equilíbrio. Dizer que...
"The journalist as we know it is a dying breed and have been replaced with bloggers and aggregators. Tough cookies, we know, but sad nonetheless". (Chenda Ngak)
...é uma provocação barata. Há bogueiros ganhando dinheiro, sem dúvida. Que aprendamos com eles a como faturar diretamente com o nosso trabalho, sem demérito algum, isso sim. E sem deixarmos de ser intelectuais por isso, sem medo de ser feliz ou entrar em crise porque seremos pagos por Telefonicas ou quem quiser o trabalho de algum de nós - jornalistas ou não.
Vamos continuar estudando, discutindo, analisando, aprendendo e, sobretudo, sobrevivendo para mostrar que o bom jornalismo existe e sempre continuará existindo - e que a convivência com blogueiros pode e deve ser saudável - mas não decretará o fim de toda uma ciência (e aqui, voltaremos ao assunto diploma, porque há quem não considere o Jornalismo ciência)...
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