Os dois. Assim comecei minha palestra na primeira, mas certamente não última o/ edição do #Twittermix ou #ttmix2010 (o nome ainda deverá ser trabalhado, especialmente agora que o Twitter estabeleceu regras claras sobre o uso de sua marca). E, dentro deste contexto, inevitável não mencionar o precursor das redes sociais distribuídas, que pode ter descoberto uma mina de ouro só não levada adiante por falta da vontade política, mesquinhez do poder hierárquico do ser humano. Que só seria verdade depois do Manifesto Cluetrain – preconizador de algo anárquico. Falei de Paul Baran e do seu modelo de organização do Sistema de Comunicação, criado em 1964 para avisar os Estados Unidos em caso de ataque soviético em épocas de Guerra Fria. Conheci-o por meio de um dos fóruns para a Década de Cultura de Paz que integrou o livro do qual fui assistente de pré-edição, como ficou nos créditos. Foi pela voz de Augusto de Franco, que fui apresentada ao Baran e cujo texto criei para o livro da Unesco.
Despretensioso
Pensado como um informal encontro de twitteiros para discutir o encantamento que a rede provoca sobre as pessoas foi ele mesmo seu provocador ao promover interesse sobre seu conteúdo junto aos internautas conectados via ferramenta do pássaro azul, naquele 27/11/2010. Para quem se debandou para a pacata cidade de Bento Gonçalves, aquela tarde de sábado deixou marcas indeléveis. E quem não pôde ir, não teve como esconder a “inveja branca” sentida em pios vindos de toda parte do Brasil.
Durante e depois do evento, quem foi e teve a chance de twittar não escondia a satisfação de abraçar arrobas tão queridas no plano virtual que, agora, no presencial – porque real são ambos os mundos, aparte muito bem pontuado pelo jornalista José Luiz Goldfarb - pareciam amigos de longa data.
Desde a "ausência do crachá mais a divulgação, que representa o como modificamos nossa realidade ao usar o twitter", como abriu o evento um de seus idealizadores e organizadores, Afonso Escotesguy - @ochato – até seu discurso no último jantar, já no domingo de noite, no qual dedicou umedecidas e sinceras palavras a @joaocampos_ms, @esjournalist, @sandraacalasans e @veramaselli, a sua cúmplice na empreitada @rutevera e a mim, que quase não pude comparecer, mas fui por ele calma e tolerantemente persuadida, o evento deu a largada a um tipo de discussão que não tem por objetivo ser um espaço de #geeks ou #experts apresentarem tendências mundiais em tecnologia e relacionamentos visando a tornar corporações mais rentáveis ou alcançar mais visibilidade. A pretensão era apenas a de tão somente discutir uma das mais intrigantes questões que move o ser humano desde que tornou-se homo-sapiens: como se relacionar.
Lady Murphy: por isso, apenas resumo
Todos os painéis, ou sua maioria, foram filmados em streaming, graças ao esforço individual de uma das convidadas. Mas como “Lady Murphy” me tem visitado com extrema assiduidade, exatamente na minha palestra, a que abordou o envolvimento do Jornalismo em rede, o link caiu e um vácuo tomou conta da timeline, porque, coincidentemente, os twitteiros de plantão não passaram aos demais o conteúdo do que busquei trazer para a turma, apesar dos protestos – que fizeram um bem enorme ao ego, não posso negar! #prontofalei.
Para não estragar o gostinho de quero mais, apenas um resuminho
Se o Jornalismo não fosse informação e interação, não teria sido aposta do New York Times, primeiro veículo de comunicação a se lançar na internet, criar conteúdos relevantes além de simplesmente postar seus conteúdos impressos, como até hoje veículos menos arrojados ainda fazem. E isso se deu, em 1996, quando a internet começava a dar seus primeiros passos. Desde aquela época, o jornal, que hoje tem muito mais leitores – quase três milhões – via seguidores do #twitter, ao invés dos impressos – estagnados na casa dos 950 mil, já apostava em nichos de leitura.
A fidelidade de leitores foi conquistada na migração de mundos. O que falta ao NYT e à grande maioria dos veículos de comunicação no mundo virtual é chegar à equação que lhes permita faturar. E, vale frisar: cada um encontrará seu modelo de negócios, porque o que vai dar certo para um, não necessariamente será receita de sucesso para os demais. Tudo vai depender da forma como cada um vai se relacionar com seu público.
Como já postei no #twitter inúmeras vezes, mencionei minha crença no sucesso da linguagem #HTML5, trazida pela Instapaper. Ela permite baixar e armazenar páginas de web para leitura posterior. Isso se deve ao aparecimento de leitores como Kindle, Ipad e outros brinquedinhos do gênero, como o que eu vou pedir ao Papai Noel (isso, obviamente não mencionado na palestra, mas a @remozer e eu queremos – o tablet Galaxy 3G) vem como resposta ao fim da ditadura do jornalismo drops e, sem dúvida, é um alento especial para coleguinhas da minha geração! ;o).
Como só tinha 20 minutos, não deu para falar muito além de citar o crescimento do jornalismo-cidadão e do crowdsourcing como novos modelos de jornalismo social, voltados à cidadania e outras iniciativas de jovens de todas as partes do mundo; no mais, passar o vídeo abaixo, obviamente muito bacana, já que tratou de trazer os jornalistas até o evento, dizendo para os presentes o que o twitter significa para eles - atuantes e praticantes.
Com isso, fechei minha singela participação neste primeiro #Twittermix ou #ttmix2010, feliz porque os comentários à boca pequena foram D+, revelando, sobretudo, que, ao final das contas, o dever foi cumprido. :D Depois... bem, depois, foi só festa, digo, relacionamento... no virtual e no presencial, ambos, realidade telúrica, mesopotâmica, deliciosa, poderosíssima ou simplesmente... humana!
2 comentários:
Querida... Como sempre, seus posts são dinâmicos, interativos e nos trazem as informações mais necessárias!
Amei! Que pena que o encontro não foi em SP, senão estaria presente, ocm certeza!
Beijos e parabéns!!
Cumadi Vany (permita-me a mineira intimidade),
Como não consigo separar uma coisa das outras (experimente ler uma postagem sobre palíndromo no meu blog), nunca vi os relacionamentos via internet, nas suas várias formas (msn, twitter, orkut, icq etc.), como se ocorressem no campo virtual; sempre no real. Se é que o real existe. Nunca fui à China, nunca pisei em seu território ou tomei de sua água, mas ela é bem concreta pra mim. E por aí, vou.
Simplificou bem o Augusto de Franco: frequentar redes sociais é só mais uma maneira de estar em sociedade.
Muito bacana este teu cyber-espaço. E é muit bom ver que vc também utiliza hyperlinks, enriquecendo o texto, o que pouco se vê em blogs, geralmente.
Mantenha o pique!
[ ]'s
Shasça
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