sexta-feira, 1 de maio de 2009

Ayrton Senna, Ground swell e "The Internet Symphony" Global Mash Up

Hoje faz 15 anos que o acidente trágico da curva de Tamburello tirou a vida do talvez único corredor de Fórmula 1 a ultrapassar os limites de ser apenas o melhor entre os melhores corredores de carro de corrida da história da humanidade. Ayrton Senna (1960-1994) não foi apenas corredor porque seu legado vai muito além disso.

Quem fez hoje uma rápida varredura pelos vídeos postados no Youtube em sua homenagem ao longo dos últimos anos não pôde deixar de se emocionar com a quantidade de comentários, vindos do mundo todo, em todas as línguas, de pessoas de todas as idades (inclusive crianças à época em que ele morreu) especialmente feitos nesta data.

A Fórmula 1 nunca mais foi a mesma depois dele; isso é incontestável. Mas, no mundo todo, o vazio deixado pelo líder nato, pelo homem de caráter que nunca desistia de seu objetivo, que não deixava de se divertir quando era o momento mas não perdia o foco quando necessário, está presente ainda hoje em cada um que teve o privilégio de vê-lo todos os domingos abrilhantando o Brasil mundo afora. Exemplo como muito poucos homens deste País, infelizmente, que devemos preservar e perpetuar entre nossos filhos, para as gerações futuras.

Ayrton Senna foi e continua sendo um exemplo de retidão e perseverança, credibilidade e liderança, mas, sobretudo, da crença na humanidade e nos valores que ele viveu e defendeu e que ainda existem dentro de cada um de nós, a despeito do desemprego, do bulliyng, do terrorismo e da guerra, da fome e da miséria, da falta de ética e compostura políticas, da loucura do trânsito e da ganância de poder etc. De coisas que coletivamente estamos cansados de ver, mas que, individualmente, por meio das mídias sociais, estamos resgatando em movimentos anárquico-tecnológicos - segundo me fez entender o livro Groundswell, de Charlene Li e Josh Bernoff, do Forrester Research. Sua conclusão do que estamos vivendo passa por isso: estamos cheios do que vimos e passamos, carentes de poder lidar com o status quo e ávidos por nos conectarmos para fazer nossa revolução contra as instituições, mas, desta vez, com o devido apoio da tecnologia como "instrumento bélico" e tendo o ambiente virtual como economicamente propício para desenvolver nossas ações...

Por tudo isso, e para homenagear Ayrton Senna, uma pessoa global, um representante da humanidade mais do que do Brasil apenas, escolhi este filme, que tem tudo a ver com o que acredito que as novas mídias possam fazer pelo mundo - a mensagem de otimismo e de fé que Ayrton Senna sempre passou e que se ele ainda estivesse aqui, certamente, estaria twittando, blogando e multiplicando, provando que podemos fazer um mundo melhor com as nossas habilidades e tecnologias que criamos. Trata-se apenas de focá-las para seu uso com responsabilidade, dignidade, respeito ao direito público e privado onde cada um deve ficar, e, aproveitando o fim da Lei de Imprensa no Brasil, decretado ontem, pelo Supremo Tribunal Federal, com liberdade e direito de expressão.

3 comentários:

Anônimo disse...

Justa homenagem e muito interessante filme. Parabéns!

mosaicosocial, o blog da + Mosaico Negócios & Comunicação disse...

Agradecemos o elogio, mas... apareça! Diga quem vc é, saia do anonimato.

Janaina Machado disse...

"Dia 1º de maio é um dia em que eu paro completamente, depois da morte de Ayrton. Por seis anos consecutivos trabalhei ao seu lado nas corridas de F.1 assessorando a Sala de Imprensa. Foram quatro anos em Jacarepaguá e dois anos em Sampa. Aquele dia foi uma tortura. Ser acordada por uma prima dizendo que Ayrton havia morrido parecia ser mais um pesadelo do que a pura realidade. Quando liguei a TV a primeira imagem que vi foi sua cabeça tombando. Deste dia em diante suas fotos estão guardadas em uma caixa, mas as recordações serão sempre eternas.



Uma das mais divertidas foi ele me zoando por ter medo de sua direção em ruas comuns. Ayrton sempre que podia me dava carona do autódromo até o hotel e apostava corrida pelas ruas do Rio com Alain Prost. Eu sempre me agarrava em tudo que podia. Achava que sofreria um desastre na certa, mas estar com ele na direção era estar com o melhor piloto do mundo. Ter medo. Que nada? Eram dois loucos amigos e muito engraçados.



Outra recordação foi dividir um pacote de biscoito Maizena, porque não havia nada para se comer naquele autódromo. Passávamos fomes imensas. Um "santo" nos arranjou o tal pacote, devorado e registrado em fotos.



Outra recordação é de suas teimosias. Eu, como assessora da Sala de Imprensa, dizia que ele deveria fazer uma coisa e ele sempre fazia outra. Depois ficava de olhos arregalados, me pedindo socorro e eu, é claro, recusava. Com meu sorriso vingativo e de satisfação.




Ainda tinham suas loucas apostas comigo, dizendo que faria a pole position e quando conseguia, me dizia: "E agora, eu não te disse!" e eu dizia: "Ainda não pesei e não registrei o peso de seu carro, fique quieto caso contrário perde a pole". São muitas e muitas histórias e recordaçãoes desse tempo maravilhoso e de grande ensinamento profissional em que aprendi muito ao lado dele e destes loucos e corajosos pilotos.


Por tudo isso, este é um dia de silêncio e reflexão para mim. Perdi um colega de trabalho, uma pessoa que sabia me respeitar e que eu respeitava completamente. Perdi um colega que tinha coragem e esta coragem brilhava nos olhos. Só posso dizer que sinto muita saudade. Uma saudade louca e dolorida. Diferente da saudade que sua familia sente e de que um fã sente também. Foram anos de trabalho ao seu lado, dividindo coletivas, preocupações com o carro, com a sua perseguição com a perfeição. Os encontros se davam duas vezes por ano nos treinos não oficiais, sempre nos meses de janeiro e depois no G.P. Brasil efetivamente. os melhores tempos eram nos treinos não oficiais onde ele poderia se divertir no final da tarde com os aviões de aeromodelismo que ele pilotava. Ficava na pista de Jacarepaguá com o controle na mão brincando com amigos e rindo ao por do sol.

Duas vezes por ano eu era recebida com um lindo sorriso e um forte abraço. Um líder pronto para ensinar o que é liderança, o que é e como se impor profissionalmente, como transmitir credibilidade. Coisas que carrego comigo até o hoje e acrregarei para sempre. Descanse em paz, seja uma luz brilhante e eterna como seu lindo e amável sorriso."


Janaína Machado
Plano B - Consultoria Empresarial e Assessoria de Imprensa
(21) 9338-4330