Acabo de ver, depois de instada pelo convite de seu endereço no Twitter, a entrevista da jornalista Míriam Leitão com dois diretores: um da Escola de Comunicação Social da ESPM do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Messeder. O outro, do Grupo Estado, Ricardo Gandour.
Ao postar a entrevista na íntegra, o Mosaico Social compra sua idéia na totalidade de seu conteúdo e complementa:
O ponto mais importante, que faz o link com o post do último dia 3 de julho, é a questão do papel de mediador do jornalista. Sim, a verdadeira vocação do jornalista é a provocação. Somos jornalistas porque fazemos perguntas – e não há perguntas que não possam ser feitas, apenas respostas que precisam ser aprimoradas. Eu sei disso, porque trabalhei dos dois lados do balcão – como quem pergunta e como quem está do lado da empresa, respondendo – como RP.
O jornalista pergunta, questiona, instiga, “põe o microfone na cara” para apurar falsidades, encontrar as “meias-verdades” (bonito eufemismo, não?) fraudes, o lado secreto do Senado ou tudo o que o Lula ainda não sabe e talvez nunca venha a 'querer' saber, as falcatruas ensaiadas por debaixo de panos pretos, coloridos listrados ou lisos. E perguntar é ser chato, inconveniente, implicante, xereta, provocativo. Mas é, principalmente, procurar descobrir por você, leitor, pela sociedade, o que deve ser esclarecido para garantir que as instituições funcionem corretamente, que seu voto valha depois que seu X tiver sido confirmado nas urnas – e você tiver se esquecido em quem votou.
Ao jornalista cabe uma missão que os blogueiros (pelo menos até agora!) não têm: de investigar, ir a fundo numa matéria. Isso não somente implica apanhar ou ser empurrado diante das câmeras no Senado, como foi o Gentili, do CQC, mas no mundo todo, morrer literalmente no front, no exercício da profissão. A Abraji - Associação Brasileira dos Jornalistas Investigativos, à qual sou associada, vai divulgar esta semana, entre 9 e 11 de julho, em seu 4o. Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, números aterradores. Cabem a nós, jornalistas, os peões do jogo de xadrez, buscar os elementos para contar os vários lados de uma mesma história que, então, lida por você, leitor, permitirá uma ampla visão para ajudá-lo a tomar sua decisão, partido etc..
Foi o que - em tese - aprendi e tento repassar quixotescamente a quem questiona o fim do #diploma no Twitter.Esta matéria brilhante da jornalista Míriam Leitão é importante porque fala o que eu procurei falar a quem queria largar a faculdade no dia da divulgação do fim do diploma: estude, estude, estude - e faça a diferença!
O fim do coelho de Alice nas Redações
Quanto às empresas jornalísticas terem seus mestres nas Redações, quero me candidatar! Estou pronta para me sentar em roda com os novos profissionais e ensinar-lhes pacientemente o que for necessário para eles juntarem teoria e prática e tornarem-se o profissional multitarefa necessário para lidar com todas as mídias! Mas sem a pressa do coelho maluco de Alice no País das Maravilhas! Há que se ter tempo para isso.
Na minha época, não fui recorrer ao mestre Zuenir Ventura, porque tinha alguém mais perto. Já era no Jornal do Brasil, quando aquele editava a Revista de Domingo, literalmente ao lado da minha Redação - a da INFO. Meu guru foi Paulo R. da Costa Vianna, hoje dirigindo uma empresa de tecnologia, depois de anos no caderno Inforática e etc.., ao lado de Cora Ronai e Cristina De Luca, nO Globo. Ele foi meu “copidesque”; não precisava falar de lide ou pirâmide invertida, porque já venho de uma geração pós-canudo e, diga-se de passagem, tive o privilégio de recebê-lo da então melhor e mais bem equipada escola particular da época, a PUC-Rio (não é só ex-mackenzista que tem orgulho de onde vem, não, e a comunidade dos ex-alunos da PUC-Rio só faz aumentar no LinkedIn. Jana, pode comemorar!).
De qualquer forma, faço questão de mencionar sua importância no processo de lapidação do meu texto enquanto eu estava foca na revista INFO, e no quanto isso faz a diferença na carreira de uma pessoa. E como isso faz falta pela ausência de tempo dos chefes de Redação hoje nas empresas jornalísticas. Está aí uma oportunidade fantástica para estas, de não somente reverem seus métodos de cursos internos e estágios nas Redações, mas, sobretudo (casacão – lembra-se, Paulo?) aproveitar muita mão de obra boa entre os “mais experientes”!
(Imagem: http://fotocache02.stormap.sapo.pt/fotostore02/fotos//e0/44/dd/3919336_SASfT.jpeg)
Um comentário:
Pois é, dia desses um amigo belga definiu a gente - a gente jornalista - de uma forma que achei bacana: somos intérpretes. Intérpretes dos fatos, da sociedade, da vida. Bonito, né? Intérpretes precisam ter fluência em línguas(estudar, estudar e estudar) mas precisam acima de tudo ter sensibilidade e humildade(perguntar, perguntar e perguntar sem medo) para entender o contexto. É isso, amiga. Bjs da seguidora(rsrsrs) Capaverde
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