Passada a semana em que aconteceu, simultaneamente, em
importantes capitais, o Social Media Week deixou no ar um gostinho de quero +.
Para mim e para algumas pessoas que cá e lá comentaram, o
SMW-SP pecou. Mas, por que, se o Lucas Couto e demais curadores reuniram gente #tudodebom
#salvesalve, como costumo me referir em rede ao que gosto muito?
Alguns pensamentos provocadores e ou percepções.
- A maioria de nossos especialistas não teve tempo para deslanchar em novidades, e, por isso, não saiu do lugar comum: o que mais se ouviu foi o Lucas dizer “estamos estourados de tempo”. Mentira?
- Poucos conseguiram realmente ensinar a quem se dispôs a ir pessoalmente a um local longe para aprender: foi raro ter um momento em que números decorrentes de respostas do dia a dia vivido por agências, empresas de monitoramento, clientes etc. foram apresentados. Há exceções, mas - reforço - raras.
- O exercício de achismo - apenas para gerar reverberação no twitter - foi demasiado, especialmente nos debates.
- Enquanto isso, assuntos como geolocalização, o uso de infográficos, o jornalismo online e o jornalismo-cidadão comparados às mídias sociais, a revolução que os tablets têm causado no dia a dia de consumidores, agências, empresas, ou seja, outros e não menos importantes temas envolvendo a comunicação, em geral, passaram batido.
O fato é que não sou somente eu que tem comentado o fato de
que os eventos de mídias sociais aqui estão cada vez mais repetitivos, sem sair
da caixa e, pior, tornando-se um ambiente de uma tribo. Se as mídias sociais
são um ambiente em constante #beta, se o brasileiro é um dos povos mais criativos,
tudo isso ficou a dever nesta edição do SMWSP.
O que houve? Acabaram as novidades? Somos menos
empreendedores que americanos e europeus, e, por isso, não tivemos a mostrar de realmente novo? Mesmo
sem uma atração internacional para fazer um contraponto – até porque não precisamos disso - não houve quem pudesse ser
comparado aos performáticos Gil Giardelli e Graça Taguti, que literalmente
fazem a diferença em qualquer evento.
Institutos de pesquisa colocam o Brasil numa posição de
relevância quanto ao uso das mídias sociais. Mas já perceberam como? Na
qualidade de usuários e ainda, barulhentos, sem força para realmente emplacar
uma revolução, por exemplo, como fizeram os ingleses nos ataques de agosto, ou
ainda antes o leste europeu em massa contra as ditaduras locais.
Somos mesmo - ao que
parece - revolucionários de sofá. E mesmo eu incluo- me na categoria. Afinal
poderia ter voltado lá e twittado diretamente do evento, como fiz no primeiro
dia? Mas, não: acabei fazendo-o ainda mais, mas relaxada em minha poltrona,
eventualmente mudando para o escritório. Desencantei-me com a sistemática, a
forma de apresentar etc., e não me levantei do sofá para voltar no dia seguinte.
Nem por isso deixei de interagir com seu conteúdo, retwittando o que achava
importante, ainda brincando com uma ou outra figura, parabenizando os vencedores
do prêmio Epic e provocando outros. Mas e daí?
Passados três anos do boom deste novo movimento no mundo
dos negócios, e hoje, após a terceira edição do SMWSP, só posso lamentar nossa posição de colônia neste latifúndio. Ainda vamos gramar muito para mostrar a diferença que poderíamos. Pior, tenho
certeza de que sobram cases brasileiros de sucesso que poderiam ser apresentados
de forma mais brilhante, para ajudar a explicar e ensinar o que se deve ou não
fazer para se dar bem nesse ambiente, e mais gente, de valor e diferente das "sempre as mesmas". Se as mídias
sociais são a sociedade em dolby surround, onde estão nossos verdadeiros especialistas e suas maravilhosas
ações para fazer a diferença e compartilhar conhecimentos? (Imagem: http://bit.ly/one5Hk)
Nenhum comentário:
Postar um comentário