Já adianto que o que escreverei resulta apenas da reflexão do que li e troquei com #twigos em minutos pela cada vez mais lisérgica e pirada timeline do #twitter.
Pois quando se comemoraria mais um dia do jornalista - pelo menos aqui - e, mundialmente, o da saúde, um maluco, ao pior exemplo do que acontece nos Estados Unidos, entrou armado em uma escola do Realengo, bairro da zona Oeste da cidade, e resolveu atirar. Em meninas.
Um dia após a ficha cair na minha cabeça sobre os jornalistas daquele primeiro mundo barrarem os daqui na nova network criada para discutir o futuro do jornalismo - por mais que o Brasil tenha tido várias conquistas cá e lá, que todos lemos ao longo dos últimos oito anos como "nunca antes na história deste País" - o que aconteceu e pegou-nos de surpresa só mostrou que o Brasil não conhece o Brazil. E vice-versa.
Sem entrar no mérito dos detalhes da notícia que abalou a todos - aqui e lá fora (mais motivos para mostrar o lado negro do Rio de Janeiro, país sede das Olimpíadas e da Copa do Mundo - o rapaz, ao copiar um modelito "consagrado" nos Estados Unidos, importado pelas famosas séries CSI, NCIS, Law & Order etc., fez o Brasil ser lembrado na agenda do primeiro mundo - como país de porta dos fundos. Por que?
Sobra corrupção para fazê-lo chegar a um ato desesperado deste. Dizem os especialistas que humilhação constante e longos períodos de baixa estima levam à insanidade mental. Se falta saúde mental, é responsabilidade do Estado garantir, com o dinheiro que enche cuecas e meias de políticos corruptos, os postos de atendimento e outros hospitais que evitem que a saúde do povo esteja sempre por um fio - orgânica e mental.
Quanto aos jornalistas? Todos - de todas as plataformas - tevês, rádios, blogs, jornais etc., na rua. Há os jornalistas profissionais, que vão informar; afinal, todos foram honrar a profissão, com a melhor matéria, imagem, ângulo, testemunho.
Mas, no meio da desgraça, deste horror, o tema também virou pauta para vender espaço publicitário; transformou-se num show daquelas perguntas macabras que ainda teremos o desprazer de ouvir até domingo, nas revistas televisivas dominicais "o que a senhora sentiu ao saber da morte da sua filha?" enquanto a câmera se aproxima da mãe, desesperada, chorando, sentada à cama da filha, que nunca mais alegrará a casa...
imagem: www.impaonline.com.br |
Aos demais jornalistas que têm que cobrir esta outra agenda, caberá fazer do seu trabalho, um circo de horrores. E quem, também no meio disso tudo, ainda escarafunche, vá fundo na coisa para, quem sabe, transformar o seu trabalho em algo elegível a um prêmio Esso, não é mesmo? É... o Brazil não conhece... o Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário